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VÍDEO: fechado há mais de dois anos, Caixeiral tem futuro incerto

Tainara Liesenfeld

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
Em 2019, empresário havia anunciado que faria a reforma para abrir boate no local, mas uma ação judicial movida pelo dono do restaurante contra o Clube Caixeiral, projeto de recuperação empacou

Fundado há mais de 140 anos, o Clube Caixeiral é uma das construções mais emblemáticas do centro histórico de Santa Maria. A sua existência marcou momentos importantes de festejos e comemorações na história da cidade. Mas, desde o dia 6 de fevereiro de 2018, quando parte do telhado desabou, o prédio está esquecido, sofre com a ação do tempo e tem o hall de entrada sendo utilizado como dormitório por moradores de rua. 


Desde lá, o prédio não recebeu nenhuma reforma significativa. Em 2019, a presidência do clube chegou a anunciar uma parceria com um empresário da noite santa-mariense para viabilizar as obras necessárias, que chegaria à casa dos R$ 500 mil. No entanto, a ideia não avançou e esbarra agora em uma ação na Justiça e em conflitos de interesse entre as partes.

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Logo após a ruína, o empresário Nilvo José Dorneles, que já foi dono da boate Ballare, manifestou interesse em arcar com toda a reforma, desde o telhado ao restaurante. Nas tratativas, havia sido acordado que a diretoria do clube faria a concessão de uso do local. Com isso, o restaurante deveria voltar a funcionar e, aos finais de semana, o clube teria festas para diversos públicos. Ficou assegurado à direção do clube a reserva do local para datas festivas. Já aos sócios, seria dado desconto no restaurante.   

Mas, segundo o presidente do Clube Caixeiral, Lauri Pötter, o dono do restaurante, Luis Henrique Pascotini - que segue de locatário do local - moveu uma ação na Justiça por danos e perdas materiais, e isso estaria embargando as obras de reforma.

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INDENIZAÇÃO
Já Pascotini diz ainda ter interesse no ponto comercial que garantiu o sustento da família por 35 anos. O restaurante que ficava no térreo do prédio e que foi o primeiro bufê da cidade, sofreu danos de infiltração com a queda do telhado. Com o fechamento do estabelecimento, Pascotini teve de pagar a rescisão dos 15 funcionários que ali trabalhavam e relata que o clube não ofereceu nenhum suporte financeiro. Por isso, entrou com uma ação indenizatória na Justiça.

- Sempre paguei o aluguel em dia, e, no fim, tive que conseguir um empréstimo bancário para arcar com tudo que perdi. Espero receber uma indenização justa por isso - desabafa Pascotini.

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Ontem, o Diário não conseguiu contato com o presidente do clube para comentar as declarações de Pascotini.

Agora, é esperada a decisão judicial sobre o processo indenizatório, para saber se a parceria com Nilvo Dorneles acontecerá ou não, já que o empresário segue demonstrando interesse no local. Dorneles explica que, tendo o sinal verde, fará todas as obras necessárias. No entanto, para isso acontecer, é preciso um novo acordo entre as três partes.

- A reforma já era para ter terminado, mas, por enquanto, não tenho segurança jurídica para investir - lamenta Dorneles.

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CRONOLOGIA

  • 6/02/2018 - Parte da estrutura do telhado do Clube Caixeiral desaba, mas não fere ninguém. Restaurante que funcionava no clube acaba sendo impedido de funcionar por falta de segurança do prédio 
  • Fevereiro de 2018 - Laudo aponta que a queda foi causada pela madeira apodrecida por conta da infiltração de água da chuva 
  • Agosto de 2018 - Instituto de Planejamento e Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria autorizam a troca do material do telhado original, de telhas  cerâmicas por metálicas 
  • 2019 - Ação indenizatória na Justiça por parte do locatário do restaurante, que funcionava no prédio do clube 
  • Maio de 2019 - Diário noticia que um empresário santamariense faz parceria com o Caixeiral para fazer a reforma e a reabertura do local 
  • Setembro de 2020 - Devido a um impasse, reforma do Caixeiral não sai do papel, e clube permanece fechado

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